sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Importadores de carros luxuosos são presos em operação em 14 estados



A suspeita de lavagem de dinheiro obtido no jogo do bicho levou a Polícia Federal e a Receita a apreenderem 35 carros de luxo que teriam entrado ilegalmente no Brasil.
Centenas de policiais federais e agentes da Receita partiram ainda de madrugada para endereços em bairros ricos e revendas de carros de luxo. A operação, em 14 estados e no Distrito Federal, foi montada depois de dois anos de investigação.
Segundo a polícia, integrantes da máfia israelense se uniram a brasileiros para formar uma quadrilha, que explorava jogos de azar, como máquinas de caça-níqueis, e depois lavava o dinheiro na importação de veículos usados, o que é ilegal.
Os carrões, como porsches, mustangs e lamborghinis, entravam no Brasil como novos e eram negociados em pelo menos 30 revendedoras do país a preços mais baixos do que os de mercado. Mesmo assim, alguns eram vendidos por mais de R$ 1 milhão.
A base da quadrilha era no Rio de Janeiro. Ao todo, 13 pessoas estão presas. No Rio, três são PMs que davam segurança aos criminosos. O israelense acusado de ser o chefe do esquema foi preso em um condomínio na Barra da Tijuca.
Não foi a primeira vez. Em 2006, Yoram El Al já tinha sido detido porque estava irregularmente no Brasil. Procurado nos Estados Unidos por tráfico de drogas, ele passou a ser investigado pela Polícia Federal brasileira na explosão do carro do bicheiro Rogério Andrade, no Rio, ano passado. Yoram é suspeito de fazer parte de um grupo de israelenses especialistas em explosivos que teria participado do crime.
Segundo a Polícia Federal, a soma das apreensões feitas nesta sexta-feira (7) e dos bens já bloqueados pela Justiça pode passar dos R$ 50 milhões. São veículos, imóveis e o dinheiro de contas bancárias movimentadas pela quadrilha.
O jogador Kléberson, do Atlético Paranaense, teve o carro apreendido, em Curitiba. A polícia suspeita que o Hummer dele, que está avaliado em mais de R$ 300 mil, tenha sido importado pela quadrilha.
Todos os donos de carros serão notificados para dar explicações nas revendas investigadas.
“Esses veículos de luxo têm uma fila de espera de seis a oito meses e essas multimarcas conseguem trazer um carro em dois, três meses. Isso se já não estiver na loja. Às vezes, o carro vinha por encomenda”, explica o superintendente da Receita Federal Marcus Vinicius Pontes.
O jogador Kléberson declarou que desconhece qualquer irregularidade. Segundo ele, o carro foi comprado ano passado em uma revenda que funciona regularmente, no Rio.

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